O rio que me separa de ti.
O rio que nos separa de nós.
É o mesmo rio que nos fortalece.
A mim.
A ti.
A nós.
Sete correntes tem o Tejo.
Uma delas faz-me ficar presa a ti, de tanto navegar nelas, para chegar a ti.
A nós.
Por um tempo limitado.
Quando navego neste rio, todos os dias, na hora de embarque, eu vejo, abraços, beijos e sorrisos claros de quem parte mas ao mesmo tempo de quem quer ficar nos braços de alguém.
Eu passei por isto contigo enquanto esperava pela hora de embarque.
Os braços que apenas queria embarcar era nos teus. Que me levasses nas tuas correntes e que ficasse presa nelas.
Tejo, aquele que me leva até ti, é o mesmo que me separa de ti.
Contradições das 7 correntes.
O rio lembra-me de ti porque nele navego tantas vezes só para te ver.
Para sentir a tua alma a baloiçar na minha como se fossemos o barco que embarco.
Náuseas?
Não!
É divertido.
É impossível não fazer poesia sobre o Tejo quando nele tantas almas navegaram só para baloiçar ou abraçar em tantas outras almas.
Almas seria o nome correto deste rio.
Ou saudade.
Ou até mesmo o teu nome.
Para que um dia pudesse navegar em ti mesmo quando não estivesses mais em mim.