Quando pensas que a vida é um mar de rosas, abres os olhos e vês que é um mar de espinhos e que tens que te desviar deles a todo o custo. As pétalas das rosas morreram apenas restam os espinhos.
Secaram.
Deixaram de existir.
As pétalas eram de cores diferentes.
Vermelho.
Brancas.
Amarelas.
Azuis.
Pretas.
Roxas.
Os espinhos continuam iguais.
A cor é a mesma, continuam firmes.
E dói, dói só de ver.
Sentir?
Eu senti.
Por isso não as querer ver.
Eu sei o que eles fazem.
Perfuram, magoam, querem sangue fresco.
Mas eu acredito que cada pétala de cada cor tem a sua história.
Eu acredito.
Como acredito que cada espinho tem o seu propósito.
Nada é em vão.
Nem este mar de espinhos.
Eu tentei desviar-me.
Tentei.
Mas não consegui.
Eram tantos e tão fortes.
Apanharam-me.
Espinhos são um problema.
Estou enrolada em montes deles.
De vez em quando vejo uma pétala, mas tão depressa a vejo como a deixo de ver.
Corro para ela, para a apanhar.
Mas os espinhos não me deixam.
Acho que são como borboletas, não posso correr atrás delas elas vêm ter comigo.
Será?
Eu acredito que um dia uma delas vem ter comigo.
E acredito perdidamente.
Como me perdi nestes espinhos.
Neste mar de problemas.
Falei de mais.
De espinhos!
Queria eu dizer.
Não me interpretem mal.
Mas isto é a vida.
Os espinhos.
As pétalas.
Eu vivo disto, eu vivo com isto, lido com isto e aprendo com isto.
Se gosto?
Não.
Mas não nasci num mar só de pétalas de rosas.
Nasci num mar de rosas, os espinhos fazem parte.
Mas cresci mais com os espinhos, que com as pétalas.
Cada espinho é uma rosa.
Elas nascem.
E eu acredito que no mundo há flores por abrir.